Em tempos de Inteligência Artificial (IA) e algoritmos de ATS (plataformas como a Gupy), a tarefa de analisar um CV ficou ainda mais chata, pois, cada vez mais eles se parecem e soam iguais. Para você ter um currículo que “vença a Gupy”, mas, ao mesmo tempo, tenha alguma essência e personalidade, escrevi o texto abaixo com algumas dicas.
A regra básica é a seguinte: leia seu CV enquanto se olha ao espelho. Se a frase parecer boba, exagerada ou artificial, tenha certeza que vai igual (ou pior) ao recrutador.
Uso excessivo de declarações grandiosas (e vazias):
Substitua: “Especialista em atingir metas de negócios com foco na criação de estratégias eficazes para o crescimento organizacional”
Por realizações específicas: “Coordenou um time composto por 5 Vendedores e excedemos em 30% a meta colocada”.
Receber crédito por conquistas além de suas responsabilidades ou que não podem ser provadas:
Substitua: “Assegurei a melhoria contínua de toda empresa através da análise de dados de pesquisas”
Por realizações realistas ao seu papel: “Analisei os dados da manufatura e identifiquei duas áreas de melhoria que reduziram em 10% o consumo de energia da fábrica”.
Uso de siglas ou nomes incorretos:
“Analista de Infraestrutura Certificado em Cisco CNA → CCNA” (é craque em Infra ou é professor de escola de inglês?)
“Experiente em Google Cloud Plataforma → Platform” (decida-se entre o português ou inglês – neste caso, como é um nome, aconselho o uso do inglês mesmo)
Cuidado com declarações banais ou genéricas:
“Participação ativa nas dailys do time” (Que bom! Imagine se você denunciasse que dormia durante as cerimônias?)
Cuidado também ao “copiar” e “colar” descrições de cargo:
Treine, motive e oriente os membros da equipe do projeto e contratados e influencie-os a tomar medidas positivas. (Está na cara que isso é uma cópia…Pode transmitir que não é uma pessoa com muito afinco ou detalhista, por exemplo)
Por fim, os conselhos de sempre: tome cuidado com o excesso de jargões (“essencial”, “backloguei”), exageros e erros de português (grafia, gramática e concordância verbal).
O tempo médio em que um recrutador passa lendo o seu currículo é algo entre 15 a 30 segundos. Você pode ter uma boa dose de certeza que, ao se deparar algumas vezes com os exemplos acima, o mais provável é que seu CV seja descartado.